Tambopata foi criada em 1990, como Zona Reservada Tambopata – Candamo, ao Sur de Porto Maldonado.


Há um lugar na amazonía peruana cujas riquezas quase poderiam equipararse às narradas pelos conquistadores em sua mítica lenda do Dourado.
Mas não estamos a falar do ouro nem também não de riquezas cujo valor se põe de relevo por razões culturais ou históricas esgrimidas pelo homem, senão de riquezas naturais que representam uma boa parte da biodiversidade, essencial para a preservação da vida em nosso planeta. E todas elas se encontram em um lugar chamado Tambopata.
A Selva Amazónica, ou Amazonia é a selva tropical mais extensa do mundo. Considera-se que sua extensão chega aos seis milhões de km quadrados repartidos entre nove países sudamericanos: Brasil com mais de 50%, Bolívia, Colômbia, Equador, Guyana, Peru que possui mais de 13%, Surinam, Venezuela e a Guyana Francesa que faz parte da região ultraperiférica da União Européia.
1. Reserva Nacional Tambopata

A Reserva Nacional Tambopata e o Parque Nacional Bahuaja Sonene encontram-se localizados de maneira contígua na região Amazónica do sul do Peru. Possuem grande riqueza de flora e fauna e belas paisagens naturais. Inicialmente criou-se a área protegida como zona reservada a início do ano 90 e depois através de um longo processo de consulta e negociação com os sectores envolvidos se determinaram as áreas definitivas para a reserva e parque nacionais.
A área apresenta grande diversidade de habitats, o qual permite a existência de espécies em abundância. A cuenca do rio Tambopata é considerada como um dos ecosistemas com maiores índices de biodiversidade no mundo. Na área protegida pode-se encontrar uma alta diversidade de comunidades vegetales, várias espécies florestais de importância económica como o cedro (Cedrela odorata), caoba (Swietenia macrophylla), parafuso (Cedrelinga sp.), castaña (Bertholetia excelsa), palmeras como pona (Iriartea ventricosa), aguaje ( Mauritia flexuosa), entre outras. Quanto à fauna, a área alberga uma população importante de lobo de rio Pteronura brasiliensis espécie em via de extinção; assim mesmo, espécie em situação vulnerável como urso hormiguero (Myrmecophaga tridactyla), Armadillo gigante (Priodontes maximus), maquisapa negro (Ateles paniscus), jaguar (Panthera onca), espátula rosada (Ajaija ajaja), taricaya (Podocnemis unifilis), Anaconda (Eunectes murinus) entre outras.
A Reserva Nacional Tambopata e o Parque Nacional Bahuaja Sonene encontram-se em situação vulnerável pelas diversas ameaças às que estão sujeitas. As ameaças mais importantes são: a agricultura e invasão de terras, a minería aurífera, a extracção ilegal de madeira, a excessiva extracção de outros recursos naturais (carne de animais silvestres, peixe, fruto e folha de palmera, entre outros), a pavimentación da estrada Cusco - Porto Maldonado e o incremento dos processos migratorios à região que aumentam a pressão e as ameaças sobre a área protegida.
A área protegida apresenta oito zonas de vida: Bosque húmido subtropical, bosque húmido tropical, bosque muito húmido subtropical, bosque muito húmido premontano subtropical, bosque pluvial subtropical, bosque pluvial premontano tropical, bosque pluvial montano baixo subtropical, bosque pluvial semisaturado montano baixo subtropical, e quatro zonas de vida em transição: Bosque húmido subtropical a tropical, bosque húmido tropical a subtropical, bosque muito húmido premontano tropical a bosque húmido tropical, bosque muito húmido subtropical a bosque pluvial subtropical.
Na área protegida encontram-se alguns ecosistemas tais como: bosque de terraço, bosque de terraço média de inundação, bosque de terraço alta de inundação, bosque de terra firme sobre solo arcilloso, bosque de terra firme sobre solo areno-arcilloso, bosque de terra firme sobre solo arenoso, bosque pantanoso permanentemente inundado, bosque pantanoso, bosque de pacal ou bambú, pampas tropicais.
Os principais rios que circundam ou atravessam a área são o Tambopata, Heath, Malinowski, a Torre, Tavara, Candamo, Guacamayo, entre outros de menor envergadura. A área apresenta lagos ou cochas relacionadas ao carácter meándrico dos rios, pântano de palmeras e zona estacionalmente inundables. Os rios e avariadas apresentam padrões de crescente e vaciante segundo a época do ano, já seja época de chuvas (novembro a março) ou época seca (maio a setembro) respectivamente.
A reserva Tambopata localiza-se na região Mãe de Deus, na cuenca de seu mesmo nome. Abarca aproximadamente 274.000 tens., do total de 1 milhão 478 mil de terra virgen, onde se albergam uma diversidade tal de recursos naturais, flora e fauna, que são o assombro de naturalistas e biólogos que a visitam. Desde 1990 Tambopata é uma Reserva, graças ao qual em princípio sua flora e fauna estão protegidas em frente à depredación e a devasta indiscriminada que atentam contra sua existência... e a nossa.
O que há nesta região é realmente surpreendente. O entomólogo e professor da Universidade de Harvard, Edward Ou. Wilson, descobriu que tinha mais espécie de formigas em uma sozinha árvore que em todas as ilhas britânicas junta. Também se registou a maior quantidade de espécies de aves no mundo (575), e de borboletas (1.200). Catalogaram-se 103 espécie de libélulas, 103 de mamíferos, mais de 60 de anfibios, uma grande variedade de peixes. Isto pode graficar a real dimensão destas terras, que bem podem se definir como paradisíacas.
As terras de Tambopata também são ricas em minerales. Nesta reserva encontra-se o maior depósito de minerales e arcilla do mundo (chamados "collpas" em quechua), que alimentam 32 espécie de loros e papagayos, o 10% da variedade desta espécie no mundo. O comedero localiza-se em um enorme alcantilado de 50 metro, que se estende 500 metro ao longo da parte oeste do rio Tambopata. É rico em nutrientes, dos quais vivem mamíferos, ave e insecto, que formam colónias em seus arredores. É sabido que existem bancos minerales similares nas orlas do rio Tambopata, mas este assentamento é único por concentrar espécies raras de papagayos e loros.
Ali é possível ver uma gigantesca bandada desses plumíeros colorinches posar-se nas pendentes para alimentar-se, o que tem sido descrito pela National Geographic em 1994 como um dos espectáculos mais fascinantes que se tenham visto da natureza selvagem.
Mas também há ali espécie em perigo de extinção, convivendo em perfeita harmonia com a natureza, como a nutria gigante (Pteronura brasiliensis) e a águia harpía (Harpia harpyja), ou o cotomono (Alouatta seniculus), uma das 9 espécie de macaco, ou o armadillo gigante (Priodontes maximus), o lobo de rio (Pteroura brasiliensis), o "cão de monte" (Speothos venaticus), o "lagarto negro" (Melanosuchus niger), o ocelote (Leopardus pardalis), o jaguarundi (Herpailurus yaguarundi), o caimán negro (Melanosuchus niger), e uma grande variedade de papagayos, como o rojiverde (Ara chloroptera), ou o papagayo azul-amarelo (Ara ararauna), o de cabeça azul (Ara couloni), só por mencionar alguns.
Até medidados do século passado, nem o governo nem as autoridades prestaram atenção a esta zona, por desconhecer sua importância e potencialidades. No entanto, instituições científicas como o Explorer´s Inn, começaram a pesquisar na zona em 1975, encabeçados por Max Gunther, se assentando no que actualmente é a Reserva Nacional.
Graças a eles se conta com um registo completo das espécies de aves que habitam Tambopata, o que se constituiu em um dos mais elevados, para o assombro da comunidade científica nacional e internacional. Posteriores explorações de zonas colindantes como a do Manu terminaram dos pôr ante os olhos do mundo conseguindo o reconhecimento. Assim a UNESCO, em 1987, declarou a este último, Património da Humanidade.
Em 1996 surgiu um projecto para criar o Parque Nacional de Bahuaja-Sonene, no que é a zona sul e sul-oeste de Tambopata, projecto que foi aprovado o 17 de julho do mesmo ano. Actualmente dito parque abarca 537.053.25 h., parte do Santuário Pampas do Heath, bem como a região Tambopata-Candamo, com o que compartilham 271,582 h. E pelo sul, é fronteiriço com outro santuário natural: o de Madidi em Bolívia.
Em Tambopata subsistem comunidades indígenas para quem a flora e fauna existentes no lugar possuem um carácter sagrado. As mais importantes são a Esse'eja e Tacana, que habitam no actual território da Reserva e a quem se deve o nome do Parque Nacional Bahuaja-Sonene: os nomes em seu dialecto dos rios Tambopata e Heath. Para o oeste, encontra-se a comunidade Kotsimba e a comunidade Arasaeri-Harakmbut a orla do rio Malinowski, Esta última tem solicitado ao governo a criação da Reserva Comunal Arasaeri que uniria a reserva nacional do Manu com áreas protegidas de Ucayali . Ao norte e nas periferias da zona protegida convivem comunidades de etnias diversas como os machiguengas, yora, mashco piro e arawas. Estas comunidades têm suas populações bastante diminuídas, produto da violência cultural, física e pela migração de muitos para as cidades. Todas elas vivem em condições de pobreza e se dedicam à caça e recolección de frutos para sobreviver, bem como ao comércio de peles e animal exóticos. No entanto, muitas delas preferem o isolamento completo.
As duas principais comunidade de Tambopata estão filiadas a agrupamento como a Federação Nativa de Mãe de Deus e Afluente, as que examinam com as autoridades regionais e o governo central, plano de desenvolvimento baseados no ecoturismo e a protecção da flora e fauna do lugar.
Uma viagem aérea desde Cusco levar-nos-á em 20 minuto a esse imenso manto verdoso que é a selva de Mãe de Deus, cuja paisagem não é mais que a antessala para o que nos espera, uma vez em Tambopata, que abarca a Reserva Nacional Tambopata-Candamo, o Parque Nacional Bahuaja-Sonene e o Santuário Nacional de Pampas do Heath.
Transportados por canoas, ao estilo dos lugareños, é possível desfrutar das bondades de Tambopata. Guiados pelos lugareños, podemos entrar a esse paraíso peruano, onde o homem ainda não feito das suas.
MUITO LONGO MAS ME SIRVIO PARA A investigação da escola